Death Has a Shadow
"Death Has a Shadow" | |||||
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1.º episódio da 1.ª temporada de Family Guy | |||||
Peter Griffin sendo julgado após cometer fraude. | |||||
Informação geral | |||||
Direção | Peter Shin | ||||
Escritor(es) | Seth MacFarlane | ||||
Código(s) de produção | 1ACX01 | ||||
Transmissão original | 31 de janeiro de 1999 | ||||
Convidados | |||||
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Cronologia | |||||
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Family Guy (primeira temporada) Lista de episódios |
"Death Has a Shadow" é o episódio piloto da série de animação norte-americana Family Guy. Originalmente, foi transmitido na rede de televisão Fox Broadcasting Company nos Estados Unidos após o evento Super Bowl XXXIII, na noite de 31 de janeiro de 1999. Baseado em The Life of Larry, do criador e comediante Seth MacFarlane, o episódio é um remake do piloto originalmente produzido para a série. No episódio, Peter Griffin perde seu emprego após beber demais em uma despedida de solteiro e adormecer durante seu horário de trabalho. Ele pede à Assistência Social que lhe pague um cheque por invalidez, para garantir o bem-estar familiar e impedir que Lois Griffin, sua esposa, saiba sobre a sua demissão. Contudo, a quantia recebida é muito maior do que o esperado. Sua esposa descobre o que aconteceu e Peter é obrigado a devolver o dinheiro para os contribuintes, atirando-o enquanto pilota um dirigível sobre o estádio onde acontece o Super Bowl. Ele é posteriormente detido e precisa aguardar o resgate da sua família.
A base para Family Guy foi o filme de MacFarlane The Life of Larry, criado como sua tese em 1995, quando estudava na Escola de Design de Rhode Island. Uma sequência foi produzida em 1996, intitulada Larry & Steve, que foi transmitida em 1997 como segmento do World Premiere Toons, do canal de televisão Cartoon Network. As duas curtas chamaram a atenção da Fox, que obteve contato com o criador em 1999 para que ele desenvolvesse uma série chamada Family Guy, baseada nos filmes. Um episódio piloto foi desenhado com orçamento de 50 mil dólares e a série foi aceita pela equipe de produção.
As críticas para o episódio foram em grande parte positivas. Um crítico chegou a fazer uma comparação entre Family Guy e The Simpsons, outra série de animação. De acordo com o sistema de medição de audiências Nielsen Ratings, "Death Has a Shadow" foi assistido por 22.01 milhões de agregados familiares durante sua exibição original nos Estados Unidos. O episódio foi escrito por MacFarlane e dirigido por Peter Shin, e conta com a participação especial de Pat Summeral e vários dubladores de personagens secundários.
Em um episódio da décima temporada, "Back to the Pilot", dois personagens da série, Brian e Stewie, voltam atrás no tempo até "Death Has a Shadow".
Produção
[editar | editar código-fonte]Concepção e contexto
[editar | editar código-fonte]Inicialmente, MacFarlane criou Family Guy em 1995 enquanto estudava animação na Escola de Design de Rhode Island. Durante o seu tempo na faculdade, ele fez a sua tese para o filme The Life of Larry, que mais tarde foi enviado ao estúdio de animação Hanna-Barbera por seu professor, e assim, MacFarlane foi contratado pela companhia. Em 1996, escreveu uma sequência para o filme, que intitulou de Larry and Steve, o qual teve a participação de um personagem de meia-idade, Larry, e um cachorro intelectual, Steve. O curta foi exibido em 1997 como parte da World Premiere Toons, da Cartoon Network.[1][2]
Ainda em 1997, enquanto escrevia para a Hanna-Barbera, MacFarlane planejou desenvolver os curtas de Larry para que tornasse uma pequena série de filmes para a MADtv; no entanto, o projeto foi abandonado pois não havia à época um orçamento grande o suficiente para produzir qualquer tipo de animação. A ideia continuaria a ser desenvolvida, transformando-se numa possível série de televisão,[3] ao mesmo tempo que os personagens Larry e Steve formaram a base para Peter e Brian, respectivamente.[4][5] Durante o ano, um executivo de desenvolvimentos apresentou MacFarlane para os comediantes alternativos Mike Darnell e Leslie Collins, com o objetivo de colocar a Hanna-Barbera de volta à atividade no horário nobre. Após um ano, MacFarlane contatou Collins na rede de televisão Fox Broadcasting Company, que fez uma reunião com Seth e os executivos da companhia para criar uma série com base nos personagens, que se chamaria Family Guy.[3][4]
A Fox propôs ao criador que fizesse um curta de 15 minutos, e lhe forneceu um orçamento de 50 mil dólares.[3][6] Com a produção do episódio autorizada, MacFarlane trabalhou numa premissa inspirada em séries assistidas pelo próprio nos anos 80, como The Fonz and the Happy Days Gang e Rubik, the Amazing Clube.[7]
Procedentes e desenvolvimento
[editar | editar código-fonte]A produção inicial do piloto de Family Guy começou em 1998,[4] e levou seis meses para se concluir.[2] Relembrando a experiência em uma entrevista para o jornal The New York Times, MacFarlane disse:
“ | Eu fiquei cerca de seis meses sem dormir e sem ter vida, apenas desenhando como louco em minha cozinha e fazendo este episódio.[8] | ” |
Com a finalização do piloto, o episódio foi transmitido na televisão.[8] "Death Has a Shadow" foi o primeiro episódio de Family Guy a ser exibido. Escrito por MacFarlane, foi o primeiro a ser dirigido por Peter Shin.[9] e participações especiais no episódio incluem Lori Alan como Diane Simmons,[10] Carlos Alazraqui como Jonathan Weed,[11] Mike Henry como Cleveland Brown,[9] Billy West, Fred Tatasciore, Joey Slotnick, Phil LaMarr,[12] Wally Wingert e o cartunista Butch Hartman como diversos personagens.[13] "Death Has a Shadow" foi transmitido pela Fox Broadcasting Company logo após a emissão do evento Super Bowl XXXIII na noite de 31 de janeiro de 1999.[14]
Alterações no enredo
[editar | editar código-fonte]Para "Death Has a Shadow", diversas mudanças foram feitas desde o esboço original. Em Family Guy, Lois é ruiva, enquanto no primeiro piloto era loira.[15][16][17] Originalmente, ela descobriria que Peter perdeu seu emprego, e no fim, ele não conseguiria outro trabalho nem se tentaria receber algum benefício da previdência social.[16] A ideia de Peter recorrer à previdência e ficar repentinamente rico foi uma sugestão do produtor executivo David Zuckerman, que tinha o objetivo de adicionar um enredo maior ao episódio.[15][16] Várias sequências e piadas foram integradas a partir da tese The Life of Larry, incluindo a sequência onde a família Griffin assiste ao filme dramático Filadélfia (1993) e uma breve sequência em que Peter flatula pela primeira vez aos trinta anos de idade.[15]
Escolha do elenco
[editar | editar código-fonte]MacFarlane fez parte do elenco principal da série, onde dubla quatro dos personagens principais: Peter Griffin, Brian Griffin, Stewie Griffin e Glenn Quagmire.[18] Ele próprio escolheu dar voz a eles, acreditando que seria mais fácil retratá-los da forma imaginada por si do que uma pessoa dublá-los do jeito que gostaria.[7] MacFarlane teve a inspiração para a voz de Peter a partir da fala de um guarda com quem conversou enquanto estudava na Rhode Island School of Design. Já a voz de Stewie foi baseada no ator inglês Rex Harrison,[19] especialmente em seu desempenho no musical My Fair Lady (1964).[20] Para dublar Brian, o criador costuma usar a sua voz natural.[7] Ele também dá voz a personagens secundários, como o vizinho da família Griffin, Glenn Quagmire, o jornalista Tom Tucker, o pai de Lois, Carter Peterschmidt, ou àqueles que aparecem por apenas uma e única vez na série.[21]
Alex Borstein interpretou a personagem principal Lois Griffin, a jornalista asiática Tricia Takanawa, Loretta Brown e a mãe de Lois, Barbara Peterschimdt.[22] Borstein recebeu uma proposta para dublar no piloto original enquanto trabalhava na MADtv, e sem conhecer MacFarlane nem seu trabalho, afirmou que o projeto não seria visto pelas pessoas.[23] Naquele momento, ela interpretava uma mãe ruiva, cuja voz era baseada em uma de suas primas.[22][23] A dublagem era originalmente mais lenta, porém quando MacFarlane a escutou, disse "Faça isso ser menos [...] irritante... e acelere isso, ou cada episódio terá duração de quatro horas".[22] Seth Green foi escolhido para dar voz a Chris Griffin e o farmacista Neil Goldman.[21][24] Durante a sua audição, Green revelou que dublou a voz do personagem Buffalo Bill do filme O Silêncio dos Inocentes (1991).[25] Sua principal inspiração para interpretar Chris foi uma visão de como seria a voz de Buffalo Bill se ele falasse como um atendente de drive-thru do restaurante McDonald's.[26] Lacey Chabert dublou Meg Griffin durante toda a primeira produção da série (15 episódios),[21] mas por causa de um contrato, ela nunca foi creditada.[27] Ela posteriormente abandonou o trabalho devido ao pouco tempo que tinha para o seu papel na série Party of Five e também trabalhos escolares,[28] sendo substituída por Mila Kunis.[29]
Enredo
[editar | editar código-fonte]Quando Peter Griffin recebe um convite para uma despedida de solteiro na casa de seu vizinho Glenn Quagmire, sua esposa Lois pede-lhe para que não beba. Peter diz que não irá fazer isso, mas ao ser incentivado por Glenn, fica bêbado e sofre de ressaca no dia seguinte, dormindo na mesa da cozinha durante o café da manhã. Lois fica irritada, porém quando ele promete que nunca mais voltará a beber, ela decide perdoá-lo. Peter dorme durante o seu trabalho como inspetor de segurança na fábrica de brinquedos Happy-Go-Lucky e é demitido por negligência, já que muitos "brinquedos" perigosos (machados, canivetes, torradeiras, pílulas perigosas e outros) são lançados no mercado. Para não desapontar Lois novamente, ele decide manter isso em segredo. Contudo, quando Brian, após saber disto por Peter, lhe fala para pensar no bem-estar da família, ele se inscreve num programa de assistência social e fica em choque ao saber que a primeira contribuição mensal recebida é de 150 000 dólares, por causa de um ponto decimal que está deslocado.[30][31][32]
Peter compra presentes caríssimos para a sua família, como a estátua de David de Michelangelo, uma piscina e um barco de esqui. Os filhos de Peter e Lois — Meg, Stewie e Chris — descobrem que o seu pai está desempregado e ele tenta convencê-los a não contarem o acontecido a Lois, que acaba sabendo da notícia quando encontra a contribuição do mês seguinte na caixa de correio. Peter é obrigado a devolver o dinheiro extra, jogando-o para as pessoas que estão no evento Super Bowl XXXIII através de um dirigível. Todavia, o dirigível cai.[30][31][32]
Peter e Brian são apanhados e presos pelos seguranças quando o dirigível cai e são posteriormente processados por causa da fraude. Lois pede ao juiz para que perdoe o marido e acaba sendo presa também. Stewie usa um dispositivo controlador de mentes para que possa libertar seus pais e o cão da pena a que foram sentenciado, além de devolver o emprego de seu pai. O episódio termina com as coisas voltando ao normal e Peter pensa em novos modos de ganhar dinheiro, mostrando que não aprendeu nenhuma lição com a situação por que passou.[30][31][32]
Referências culturais
[editar | editar código-fonte]"Death Has a Shadow" faz uma referência ao drama de 1993 Filadélfia, quando a família Griffin está vendo o filme e Peter, bêbado por ter consumido café irlandês pouco tempo antes, acha o filme engraçado enquanto ele apresenta uma expressão facial depressiva e diz que Tom Hanks é um "garoto engraçado" e que "tudo o que ele diz é uma pontada", assim como passa a rir quando o personagem de Hanks afirma "Eu tenho AIDS".[33] O filme pornográfico que Peter e os convidados assistem na despedida de solteiro na casa de Quagmire se chama Assablanca, uma referência ao romance de 1942 Casablanca.[34] A escultura comprada por Peter é a estátua de David de Michelangelo.[34][35] Uma referência a perseguição contra judeus por Adolf Hitler é feita durante uma sequência de analepse, quando Hitler é visto trabalhando em uma academia alemã e sente ciúmes de um homem judeu com melhor porte físico, que está sendo fitado e atraindo várias mulheres.[33][35] A cena em que Peter joga o dinheiro no Super Bowl possui uma paródia do tema musical do NFL on Fox.[30][31][32]
Uma sequência de analepse é exibida quanto Peter encontra um homem chinês que guarda uma coluna chinesa de tanques Type 59, uma citação ao Protesto na Praça da Paz Celestial em 1989.[14] Uma breve referência a "Where There's Smoke", um episódio do seriado The Brady Bunch, é feita, onde Greg Brady, personagem do seriado, experimenta o fumo e é pego por sua irmã Jan, o qual alerta o fato para o pai Mike, que nervoso, pune-o colocando-o em uma cova com serpentes; Jan também é punida por ser dedo-duro e foi encaminhada para um lugar em chamas.[36]
Quando o juiz declara que a sentença de Peter é de dois anos, o júri reage em choque, dizendo "Oh não!"; pouco depois, o Kool-Aid Man quebra uma parede do tribunal para proclamar o seu bordão "Oh yeah!", e ao perceber que entrou na sala errada, ele sai neroso.[34] Na cena final do episódio, a família Griffin é vista assistindo um programa de televisão chamado TV's Bloopers, uma referência a série de televisão da American Broadcasting Company (ABC) e National Broadcasting Company (NBC) TV's Bloopers and Pratical Jokes,[36] seguido do final que mostra um urso quebrando uma parede, uma piada recorrente da série, que sempre envolve um personagem aleatório destruindo uma parede.[15]
Repercussão
[editar | editar código-fonte]"Outra surreal e imaginativa piada recorrente envolve um ataque de consciência de Peter. O diabo em seu ombro manda-o continuar mentindo, mas quando ele se vira para escutar as perspectivas do anjo, ninguém aparece. Somos levados a uma cena em que o pequeno anjo está preso no trânsito da rodovia da consciência. Depois, este chega no programa e Peter procura por seu conselho. Então, o pequeno anjo é aconselhado pelo pequeno diabo em seu ombro; ele se volta para seu outro lado e novamente, nenhum anjo aparece. Outra sequência [de analepse] para uma cena com um anjo menor ainda preso no trânsito. Realmente memorável".
Robin Pierson, da TV Critic, fala sobre sua piada favorita no episódio.[37]
Em sua exibiçao original, Death Has a Shadow foi assistido por 22.01 milhões de televisões, e recebeu 40 pontos de audiência de acordo com o serviço de registro de audiências Nielsen Ratings.[38]
O episódio recebeu muitas críticas positivas da crítica especializada. Ahsan Haque, do IGN, em 2008, re-assistiria o episódio, e lhe atribuiria ma nota de 8.9/10, valorizando a integração de humor ao enredo da história. Haque afirmou que o episódio foi "um começo muito forte para esta longa série clássica, e rever isso serve como um lembrete, que ao contrário de muitos programas de televisão, existem vários momentos diversificados e o grande talento da série é bastante visível."[35] Em 2009, o site disse que "Death Has a Shadow" é um "forte começo [para Family Guy]".[39]
Robin Pierson da The TV Critic, classificando-o com 67/100, afirmaria que trata-se de um dos maiores episódios-piloto da televisão. Mencionou que apesar de ser um entretenimento, existem muitas piadas de qualidade, mas que não prevalecem em quantidade. Comparou Peter com Homer Simpson e o show com The Simpsons e King of the Hill, além de criticar o grande número de piadas sem graça ao mesmo tempo em que elogiava os momentos surreais. No fim da crítica, afirmou que "Family Guy" é um tipo diferente de comédia animada que estabelece piadas não feitas por outros desenhos, além de citar que o programa tinha a promessa de se tornar realmente divertido.[37]
Uma revisão mais negativa veio de Ken Tucker do EW.com, que chamou a animação de "desengonçada", fazendo com que a animação de Hanna-Barbera "pareça uma obra de arte". Tucker também disse nessa crítica que esperava que as pessoas inteligentes usassem a meia hora de exibição do seriado para desligar a televisão e debater sobre o ataque aéreo em Kosovo, além de afirmar que o show é "como Simpsons criado por uma mente singularmente imatura que necessita de um ponto de referência, encontrado em outros programas televisivos".[40] Antes mesmo da exibição do episódio, este recebeu críticas do Parents Television Council.[41]
Notas de rodapé
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Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- "Death Has a Shadow" (em inglês) no IMDb
- "Death Has a Shadow" (em inglês) no TV.com